Até o mais nobre dos atos sofre com o racismo

A estrutura de preconceito que existe no mundo, afetam cada vez mais as famílias que fogem a estereótipos pré-estabelecidos. Durante séculos se criou a imagem de família “tradicional”, e isso gera impactos, tanto para a comunidade LGBTQI+ quanto em grupos étnicos e raciais.

Quando saímos do mito do laço de sangue ou famílias biológicas, e observamos as famílias adotivas, conseguimos ver com mais clareza os impactos causados pelo racismo estrutural. As crianças caucasianas são adotadas com mais facilidades do que as não brancas, assim como as não brancas são maioria na fila para adoção.

Outro ponto importante deste tema é a adoção inter-racial. Quando falamos neste assunto, é comum (não certo) que imaginemos pessoas brancas adotando crianças negras ou não-brancas, como Angelina Jolie, Madona, e o casal brasileiro Giovanna Ewbank e bruno Gagliasso. Não devemos jugar o atitude destas pessoas, afinal a adoção nunca deve ser vista de uma forma negativa (a não ser em casos de crimes ou tráfico de crianças) pois, se você for negro, o preconceito existirá de qualquer forma, sendo seus pais brancos e famosos ou apenas trabalhadores.

Não é preciso pesquisar muito na internet, para encontrar acusações de filhos negros assaltando ou tentando sequestrar seus pais adotivos. Mesmo que esta situação realmente aconteça é uma minoria, mas o racismo faz com que vídeos com esse teor repercutam com muita facilidade. Enquanto em relação aos pais fica muito claro que quando um branco adota uma criança negra é visto como um “anjo” (e talvez de fato até seja).

Mas, e o contrário? E quando negros adotam uma criança branca? Será que eles também são vistos como “anjos”

Uma matéria da “BBC News” relatou a história de um pai que foi acusado de sequestrar seu filho adotivo, durante a entrevista Peter conta como o caso aconteceu.

“Em um feriado, a segurança do aeroporto parou Anthony para perguntar onde seus pais estavam.

‘Este é meu pai,’ Anthony apontou para Peter. Enquanto o segurança fazia a verificação de antecedentes criminais de Peter, Anthony ficava cada vez mais frustrado com o que considerava um ato de racismo aberto, mas Peter o acalmou.

‘Sou seu pai e amo você’, disse Peter a Anthony, que agora tinha 13 anos, ‘mas as pessoas que se parecem comigo nem sempre são bem tratadas. Seu trabalho é não ficar com raiva das pessoas que tratam assim, seu trabalho é garantir que você trate as pessoas que se parecem comigo com honra'”.

Fatos como esse não são incomuns, achar que uma criança por ser branca não pode ter um pais pretos, mas considerar o contrário como normal demonstra o tamanha do racismo que essas famílias enfrentam todos os dias

No Brasil por conta da pluralidade étnica muitas casas tem um pai preto e uma mãe branca ou vice-versa. Isso faz com que muitos filhos nasçam com a pele branca e ai é que começa o preconceito. Em um simples passeio no parque uma mãe negra muita das vezes é confundida com uma babá, faxineira, professora, ou seja funcionária da família da criança e não parte dela (Aqui não estamos desmerecendo nenhuma dessas profissões, estão apenas mostrando a realidade do preconceito estrutural).

Uma internauta postou uma foto com seu pai, em que é possível notar a diferença das tonalidades de pele e escreveu na legenda “Por todo lugar que meu pai andava comigo tinha que carregar com ele a minha certidão de nascimento, eu nunca soube disso até que esses dias ele me contou e meu coração doeu, mas nem de perto consigo imaginar o que ele sentia.”

O racismo que muitas parte do autointitulados “cidadão de bem” e “pró-família”, vem em forma de opinião, e o discurso de “família conservadora” só fomenta o ódio o preconceito e a cisão entre as pessoas.

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